28 de setembro de 2010

Líder Marcador de Ritmo

Pense naqueles filmes antigos, onde grandes barcos atravessavam oceanos com a força de um grande número de remadores, onde estes mantinham o ritmo ao som de um tambor. O cenário é bem semelhante, e apesar de atingir a meta de percorrer longas distâncias toda a tripulação chegava exaurida ao destino final.  Essa é uma analogia a esse tipo de liderança, que precisa ter o controle total da situação.

Dirigido a altos padrões de desempenho, logo nota-se que o estilo marcador de ritmo não cabe bem a todo o tipo de equipe ou situação.

Tem característica de apresentar resultados rápidos quando aplicada, no entanto, o impacto ao clima da equipe em geral é negativo. É comum, no estilo marcador de ritmo, a cobrança mais próxima do líder sobre o liderado.

Esse líder tem consciência e o impulso para atingir as metas. Segue propostas "faça como eu faço" e "já terminou o que combinamos?", o líder marcador de ritmo é orientado a tarefas e tem a tendência do micro-gerenciamento. Apesar disso, é um bom estilo para ser aplicado com brevidade em equipes competentes e altamente motivadas.  Em geral a equipe não aprecia esse tipo de liderança, mas pode ter bons resultados com liderados que tenham baixo nível de maturidade.

Orienta-se ao líder o uso moderado desse estilo de liderança, intercalando com um estilo mais empático, como o democrático, por exemplo.
Abraço.

Referência:
GAUDENCIO, Paulo. Superdicas para se tornar um verdadeiro líder. Editora Saraiva, 2009.

14 de setembro de 2010

A Solidão do Líder

Guia responsável por orientar e acompanhar os liderados, proporcionando um ambiente propício para a execução das atividades. Essa é uma das definições de liderança. Note uma palavra-chave, uma designação que atribui um peso bastante grande à árdua e entusiasmante posição de líder: ser o guia.

São estilos diferentes, mas com uma característica em comum - a já conhecida Solidão do Líder, ou do poder. Se você não a conhece em teoria, já presenciou na prática.

A liderança de uma equipe passa não só por acompanhar as atividades dos liderados, mas também por ações ou decisões que não ficam evidentes para a equipe. O líder deve optar por omitir algumas informações. Mesmo sabendo sobre determinada informação, um líder deve avaliar não só quais os benefícios de torná-la pública, deve principalmente mensurar qual o impacto negativo se tal notícia chegar até a equipe.

Essa é a solidão do líder! Uma decisão por vezes individual que protege a equipe de desgastes com o entorno, quando o foco do trabalho são as atividades do projeto.

Lógico que há exceções. Não são todas as informações que devem ser ocultadas, e essa subjetividade é uma difícil tarefa do líder.

Por outro lado, alguns erros comuns dos líderes é divulgar certas informações que só ajudam a conturbar o ambiente, desmotivar a equipe e por muitas vezes prejudica o andamento dos projetos.

Alguns exemplos de informações que deveriam ficar reclusas ao líder ou gestão do projeto:
  • Não ter meta: parece brincadeira, mas acontece. A costumeira pressa para entregar um projeto, por vezes, compromete o seu planejamento. Nada mais prejudicial ao projeto quando um líder não conhece o caminho e demonstra essa desinformação aos liderados. Caso o guia se perde ou não acredita no itinerário, os seguidores passam a descreditá-lo.
  • Não confiar na meta: tão doentio para o projeto quanto não conhecer a meta é não acreditar nela. Se a equipe, que deve estar empenhada em executar as atividades e com foco no objetivo estipulado no início do planejamento, se depara com o guia que não acredita na meta, tem um efeito extremamente negativo e imediato: toda a equipe passa a desacreditar na meta e essa passa a não mais existir.
  • Desvalorizar opiniões dos clientes: bastante comum o líder deixar o maior envolvido de fora de decisões importantes para o projeto. Descreditar o cliente, o Sponsor ou usuários finais, além de demonstrar prepotência do líder, dá à equipe a falsa sensação de superioridade e de serem maior que o próprio projeto. Externar para a equipe que as opiniões dos clientes não são bem-vindas previne alterações no itinerário traçado, porém, não garante o alcance da meta. Valorizar o cliente, ouvi-lo e negociar quando uma opinião não for adequada - esse é o papel do líder.
  • Rotular clientes: esse cliente é exigente; aquele não sabe o quer; aquele outro muda o escopo a cada reunião. A equipe não precisa conhecer os rótulos dos clientes. Cabe ao líder desenhar estratagemas para vencer esses desafios impostos por clientes críticos. Para a equipe a divulgação desses rótulos causa insegurança nas entregas: "vou desenvolver tal atividade, mas já sei que o cliente vai mudar".
Muitos desses exemplos e pré-conceitos são descobertos pela própria equipe, com as sucessivas entregas ou apresentações. Nesses casos o líder deve atuar como um mediador, apontando qual deve ser o caminho para mitigar os problemas, apesar de alguns momentos, por ter sangue nas veias, a vontade de "abrir o jogo" a todos seja enorme, ele está "sozinho", na solidão do líder.

Abraço.


Referência:
Imagem: Diego de Los Campos: Dsc04013.jpg. Disponível na Internet em: http://deloscampos.multiply.com/photos/photo/87/13. Acessado em 2010.

8 de setembro de 2010

Líder Treinador

Dando sequência aos estilos de liderança, chegamos ao líder treinador.

O termo treinador remete às práticas desportivas, onde o líder é aquele que treina a equipe, que tem maior experiência e por vezes já viveu na pele aquilo que o desportista está enfrentando, por esse motivo, o lema desse líder é "tente isso".

O treinador não está focado diretamente nas tarefas. Ele promove atividades com o objetivo maior de desenvolver os liderados, num processo artesanal de identificar individualmente os pontos fortes e fracos de cada liderado. Com isso em mãos, ambos, líder e liderado tem conhecimento dos limites e traçam o melhor caminho para alinhar expectativas pessoais com as responsabilidades profissionais.

Não é um estilo de liderança de curto prazo, ao menos para os resultados que visam o desenvolvimento pessoal. Por outro lado, o resultado no ambiente é imediato. O líder treinador tem por hábito melhorar o clima da equipe, pois promove o diálogo e não se preocupa apenas com o aspecto profissional. Esse líder sabe que um liderado motivado, mesmo que indiretamente, responde com bons resultados profissionais.

O que faz desse estilo ser pouco utilizado, pelo menos no mundo dos projetos, é a dedicação que o líder deve ter e o tempo destinado ao acompanhamento dos liderados, de forma individual.

Além disso, as difíceis competências emocionais que caracterizam os treinadores nascem no altruísmo do desenvolvimento dos liderados, passando pela autoconsciência até chegar na empatia, tão pouco utilizada por outros estilos de liderança.

Semelhante ao estilo democrático, o líder treinador demonstra a importância de cada membro da equipe e tem a capacidade de delegar, dar autonomia e independência aos liderados. Dessa forma, esses líderes conseguem um grande comprometimento da equipe, por proporcionar um ambiente confortável, aberto ao diálogo e de confiança.
 

Abraço.

Referência:
GAUDENCIO, Paulo. Superdicas para se tornar um verdadeiro líder. Editora Saraiva, 2009.