14 de setembro de 2010

A Solidão do Líder

Guia responsável por orientar e acompanhar os liderados, proporcionando um ambiente propício para a execução das atividades. Essa é uma das definições de liderança. Note uma palavra-chave, uma designação que atribui um peso bastante grande à árdua e entusiasmante posição de líder: ser o guia.

São estilos diferentes, mas com uma característica em comum - a já conhecida Solidão do Líder, ou do poder. Se você não a conhece em teoria, já presenciou na prática.

A liderança de uma equipe passa não só por acompanhar as atividades dos liderados, mas também por ações ou decisões que não ficam evidentes para a equipe. O líder deve optar por omitir algumas informações. Mesmo sabendo sobre determinada informação, um líder deve avaliar não só quais os benefícios de torná-la pública, deve principalmente mensurar qual o impacto negativo se tal notícia chegar até a equipe.

Essa é a solidão do líder! Uma decisão por vezes individual que protege a equipe de desgastes com o entorno, quando o foco do trabalho são as atividades do projeto.

Lógico que há exceções. Não são todas as informações que devem ser ocultadas, e essa subjetividade é uma difícil tarefa do líder.

Por outro lado, alguns erros comuns dos líderes é divulgar certas informações que só ajudam a conturbar o ambiente, desmotivar a equipe e por muitas vezes prejudica o andamento dos projetos.

Alguns exemplos de informações que deveriam ficar reclusas ao líder ou gestão do projeto:
  • Não ter meta: parece brincadeira, mas acontece. A costumeira pressa para entregar um projeto, por vezes, compromete o seu planejamento. Nada mais prejudicial ao projeto quando um líder não conhece o caminho e demonstra essa desinformação aos liderados. Caso o guia se perde ou não acredita no itinerário, os seguidores passam a descreditá-lo.
  • Não confiar na meta: tão doentio para o projeto quanto não conhecer a meta é não acreditar nela. Se a equipe, que deve estar empenhada em executar as atividades e com foco no objetivo estipulado no início do planejamento, se depara com o guia que não acredita na meta, tem um efeito extremamente negativo e imediato: toda a equipe passa a desacreditar na meta e essa passa a não mais existir.
  • Desvalorizar opiniões dos clientes: bastante comum o líder deixar o maior envolvido de fora de decisões importantes para o projeto. Descreditar o cliente, o Sponsor ou usuários finais, além de demonstrar prepotência do líder, dá à equipe a falsa sensação de superioridade e de serem maior que o próprio projeto. Externar para a equipe que as opiniões dos clientes não são bem-vindas previne alterações no itinerário traçado, porém, não garante o alcance da meta. Valorizar o cliente, ouvi-lo e negociar quando uma opinião não for adequada - esse é o papel do líder.
  • Rotular clientes: esse cliente é exigente; aquele não sabe o quer; aquele outro muda o escopo a cada reunião. A equipe não precisa conhecer os rótulos dos clientes. Cabe ao líder desenhar estratagemas para vencer esses desafios impostos por clientes críticos. Para a equipe a divulgação desses rótulos causa insegurança nas entregas: "vou desenvolver tal atividade, mas já sei que o cliente vai mudar".
Muitos desses exemplos e pré-conceitos são descobertos pela própria equipe, com as sucessivas entregas ou apresentações. Nesses casos o líder deve atuar como um mediador, apontando qual deve ser o caminho para mitigar os problemas, apesar de alguns momentos, por ter sangue nas veias, a vontade de "abrir o jogo" a todos seja enorme, ele está "sozinho", na solidão do líder.

Abraço.


Referência:
Imagem: Diego de Los Campos: Dsc04013.jpg. Disponível na Internet em: http://deloscampos.multiply.com/photos/photo/87/13. Acessado em 2010.

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