2 de março de 2010

Agile e PMBOK

    Como primeiro post, apresento uma pequena parte do artigo de conclusão da pós em Gerenciamento de Projetos, que teve como título "A Mudança em Projetos de Software". Apesar de bastante discutido, gostaria de opinar sobre esse controverso tema.

Incertezas e as consequentes mudanças no projeto são inerentes em projetos de desenvolvimento de software. Esse é um dos motivos para o surgimento das metodologias ágeis, como o Scrum, onde segundo Scott Ambler , "times de desenvolvimento de software abraçam as mudanças, aceitam a ideia de que os requisitos serão desenvolvidos durante o projeto".

Muito se ouve sobre a inadequação do formalismo do PMBOK para atender demandas de software. Por vezes, a justificativa é de que o uso de todos os 42 processos oferecidos pelo PMBOK (quarta edição). Que é robusto demais para ambientes de software. O PMBOK é um conjunto de melhores práticas, e segundo Ricardo Vargas, em mais de cem projetos trabalhados, ele nunca utilizou todos os processos idealizados pelo PMI.

Existe um grande muro de mitos criado sobre a afirmação que os dois mundos supracitados não convergem, que são incompatíveis. No entanto, diversas práticas são bastante semelhantes entre Metodologias Ágeis e o PMBOK. O ciclo de vida do PMBOK se assemelha em muito com as iterações do Scrum; ou ainda a Elaboração Progressiva do Agile segue exatamente a mesma ideia do Planejamento em Ondas Sucessivas do PMBOK.

Contudo, erra quem afirma que uma terceira via não existe. A união das melhores práticas das metodologias com o objetivo de gerar resultado. A convergência deve acontecer em busca da meta. E é com base nessa união, na tentativa de mitigar números tão absurdos de insucessos em projetos de software, absorvendo e promovendo mudanças, que deve-se quebrar paradigmas e mesclar ideias.

No Manifesto Ágil, Beck (2008) preconiza: "Software em Funcionamento mais que documentação abrangente". Conforme o próprio manifesto, existe valor na documentação, no entanto, a maior atenção é dada ao software em funcionamento. Além disso, "Responder a mudanças mais que seguir um plano", mostra que para dar suporte às mudanças devemos estar preparados para elas, ou seja, a mudança deve estar presente no planejamento.

2 comentários:

  1. Bom dia Vicente.
    Eu acredito que seja impraticavel usar todas as boas práticas do PMBOK, sendo que, ele deve ser considerado como um "Guia" e não necessariamente precisamos o segui-lo fielmente. Isso a própria PMI sugere. O que é preciso é ter um profissional capaz de conseguir identificar quais melhores praticas do PMBOK adotar em cada projeto.

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  2. Sem dúvida Helal. O próprio Ricardo Vargas, que gerenciou mais de 80 projetos de grande porte afirmou que nunca utilizou todas as áreas do PMBOK. Cada gerente define o seu "framework" que mais se adequa.
    Grande abraço e obrigado pela participação!

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